Alfama
da noite…
no meu olhar cabem estrelas
que me acendem de janelas
nesse meu céu viajante
- despedido, sempre adiante…
mais aqui, guardo um cantar
de águas mansas de luar,
meu mar eterno de medos
onde me acolho em segredos,
Cais da Tormenta, já breve,
que se aquieta em sono leve
como quem mata o momento
de ser fúria, mais que o vento…
acordada em nevoeiro,
canto, de amores, o primeiro
que gravei no livro em branco
escrito em passos que hoje arranco!
eram meus versos de então
folhas ternas de algodão
que, macias, se ofertavam
nos laços que em mim voavam…
evadida… selo os dias,
calo na pele as mãos frias
e desse frio me aqueço
no sol em que me escureço…
sei lá eu do amor dizer,
da luz, o que me entardeceu,
das asas que fiz descer!...
sei que a noite feita eu
mora aqui… e aconteceu…
Ana Vassalo
21-05-2009
Posted 15-06-2009
Origem das Imagens: Webshots.
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