tudo bate
todos batem
morre a janela
cede o telhadono despenho em vertigem
e esmaga um resto de luz
que nunca aprendeu a casa
tanto melhor
rasga-se a pele
e o coraçãoapaga-se o rasto
que um dia pensáramos
caminho vasto do olhar
e sai a vida
o sangue e a memória
até sermos apagão
pois bem
estou no chão
abrigo sem gosto
sem dias de ser
ou de depoisfarta de tempo com horas
salvé maravilha
por tanta bala cumprida!
em quê?
pois se morri antes da chegadana estrada de tantas eras
que um dia cortei ao trânsito
mas... quem não sente
apenas bate
cão atrás, mira e disparo
precisão de tiro ao alvo
essa terapia de abrigo
que lava os males de si
no soco que se desfere
tudo bate
e todos batem
enquanto a pergunta se agita
… se nunca entreiporquê a expulsão?
deixem-me estar este ser eu
que bate a porta com estrondoaos acenos da esperança
ao perigo frio e volátil
do que não sabe a promessae larga o mundo sem aviso
na morada de si próprio
um lugar antigo e escuso
onde se bate
e tudo bate
e todos batem
sem trégua
até à plena rendição
do desamparo num beijo de chão(av)
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