o ano crava
e o ano beijasabe o que não passa
morre o que deseja
o ano teima
e o ano para
as águas queima
renova e sara
o ano foi
sem saber que era
resiste o que soe
tão longe é a era
e o ano despede
o ano contrata
não sabe o que mede
do tempo de lata
caíu mais um ano
no ano a morrer
breve adeus ao saber
paz por alma ao engano
outro ano se chega
e outros dias promete
é o futuro que enverga
novas são mais que sete
mas é tão nu de sonhar
muito pouco se orienta
o ano não sabe o mar
na vaga que não rebenta
somos nós e apenas nós
a mão solta junto ao espanto
que lhe emprestamos a voz
para navegar o canto
e o ano está e o ano espera
por nós se marca no passo
e a cada avanço tempera
o trilho que segue o abraço
é de Mundo este ano
que veste nova a canção
estrada solta de um piano
que abre o silêncio das mãos
Ana Vassalo
02-Jan-2013
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