E se o seu dia começar com a recepção de uma carta carregada de granadas, sorria muito, reponha flores, e mentalmente agradeça aos seus (espécie de) governo e (espécie de) p.r. o conjunto de alterações às leis em q tanto têm empenhado as suas-deles maravilhosas imaginaçõesitas de tractor.
É verdade que, estando atentos como nos compete, temos a
obrigação intelectual de já ter assumido há muito q devemos,
cada um de nós, acarinhar rapidamente a ideia de que a pobreza é o
caminho que nos espera a todos os q arduamente trabalham ou
trabalharam uma vida.
Enfim, há que não misturar as castas, convém
perceber, sob pena de depois se confundirem as águas e parecermos
todos iguais, coisa obscena, podia lá ser! Portanto, vamos lá a
mentalizar estas cabecinhas cheias de sonhos de Abril de que sim,
hoje tudo é o q parece, e os dinheiros de q o estado nos espolia,
com o habitual toque de graciosidade e a subtileza de um tanque de
guerra, estão, também sim senhor, a ser muito bem empregues na
criação de umas resmas adicionais de delegações da Sopa dos
Pobres, porque, sejamos honestos, caridade é coisa que lhe cai bem,
ao contrário de solidariedade que é coisa de jacobinos e assim.
E
agora sim, a paisagem urbana estará muito mais adequada a modelo de
fotografia artística. Há poesia na pobreza, é incontestável -
nunca ninguém ganhou prémios internacionais a fotografar lautos
banquetes, pois não? Pois não, ora.
Mas já não interessa nada,
porque o importante é apelar à criatividade da continuação,
abrindo terreno por mato à catanada que é coisa em q até sou
experiente e para alguma coisa há-de servir agora, digo eu sim.
Afinal, não é do caos que nasce uma estrela? Nietzsche estava
certo, seguramente, q ele lá tinha formação em muitas coisas
destas de saber e q agora me hão-de ser muito úteis, vá. Cabe-me,
então, ir à procura da minha, a tal da estrela, q ela deve
andar aí por perto, a marota...
Volto depois, lá mais para
quando conseguir deglutir este dia. Fiquem bem e mantenham-se
afastados dos correios o mais possível. A guerra começou e o
perigo de explosão anda encartado sob registo e aviso de recepção.
E mais não digo, que agora vou para ali rir-me muito para um
cantinho até me passar esta estranha impressão de pesadelo.
Beijos de ano
novo.
Desta
que s'assina,
Ana Vassalo
Ana Vassalo
10-01-2013
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