[a uma ... amiga... que me "adoptou", e durante 4 anos me chamou mãe...]
Que
sei eu, de palavras a cantar?...
Vamos
andando por cá
Na
rasura de alegriasDe sentidos obscuros
A gravar o nosso rumo
Rascunhadas de altruísmo
Por sobre um joelho anão
Na
Terra que hoje caminho
E
a que chamam tantos nomesTodos eles Desalinhados,
Qualquer que seja o traçado
Que esboça a conveniência
No final é a utopia
Claramente descontada
Que acaba sempre no chão
De quem não conhece a arte
E o rascunho não consente
Não
exerço, nos alpendres
Do
sentimento mais nobre,Tiradas de outros, estrategas,
A calcular mais distância
No que nasceu sendo perto
Sei de amar como se sente
O amigo, amado, o Ser presente
Da entrega na verdade
Do tudo o que sou agora
Acolho
o olhar que sorri
E
acredito em olhos bons
Falo
da estreia em surpresa
Dos
abismos e regressosDe abraçar tudo o que chega
Com ouvidos de ser paz
Que são sempre e sem aviso
Aqueles que me acontecem...
Sou a mais curta viagem
Entre o Outro e a Concordância,
Quando o terreno é sem pedras
E a razão não mostra a dúvida
Que o coração não quer ter
Arrisco-me pelas calçadas
De uma terra em crescimento
Acidentada
Como quem subtrai à vida
Os atritos da matéria
E caio em estrondo fatal
Previamente anunciado
Dos tropeços que ignorei
Porque me falavam de águas,
Luz de Tales de Mileto,
Eternas, de quintessência...
Que
morreram.
E
já agora, bem feita!Todas elas apagadas
Em estúpida eternidade.
Não recordo, não aceito
Não lhes conheço amanhãs!
Não me agridam com poemas
Saídos de outros lugares
A mascarar de paixão
A vida que só escurecem
Nem me peçam coerências
Militantes, condicentes
Rasgos heróicos de mártir
Que não tenho não comprei
Não pedi e nada sei
Olho
por fora de mim
Reconheço
a segurançaDe todos os campos magnéticos
E forças de repulsão
Que instalei à minha porta
E sim,
Hoje reforço o perímetro
Dos lugares patrulhados
Que me defendem de mim!
Suei,
na fila dos literatos
De
culturas reforçadasA gerir hipocrisias...
Queria.
Aprender uma vida
Que não morresse cansada
Por ignorância de normas
Em terras de ser metade
Nessa
algébrica vitória
Das
operações que não sei - Divisões incalculáveis
Entre o ser que não parece
E o parecer que nos vence
- Sou a estudante de zeros
Suspensa pela coisa “certa”
Sempre
acordei essa ideia
De
ser mais feliz por dentro...Como se o mundo incorpóreo
Compensasse em happy endings!!!
Da mentira arranco o filme
Mas torno-me a fugitiva
Culpada subversiva
Que é ser refém da verdade
Na
lírica aventura
De
ser a metade alinhadaNão venceu o que devia!
E o que não soube aprender
Faz de mim a aberração
Militante do sentido
Que amar é estender a mão...
Está
bem.
Por terras sonhadas de amigo
E
sou eu, duas metades de agora
Desalinho
dentro e fora,Neste olhar ao desabrigo
Que se fartou da lição!
Que de amar como se sente
O amigo, o amado, o Ser presente
É rota que, enfim, esqueci
E os mapas todos rasguei!...
Que o nada multiplicado
Ainda que p’lo infinito
Resulta sempre no nada
Que são os tempos que habito.
Ana Vassalo
Imagem:
“Walking away”, photo by “Iam Blackfox” (deviantart)
"Ser poeta é...", ser Ana Vassalo.
ResponderEliminarSer humano é ser-se gente vista de perto.
Ser poeta e humano é exprimir no desgosto as coisas confusas da alma com o brilhantismo que o fazes. E mais não digo, porque as minhas palavras vivem em cativeiro, enquanto as tuas soltam-se e indistintivamente voam sobre "os tempos que habitamos", fazendo-nos ser seres mesmo na estranheza. Tenho (mal)dito: :)
***indistintamente
ResponderEliminarIndistintamente de lugar e tempo tu és aquele amigo-poeta querido e brilhante que eu tenho a sorte de ter encontrado num dia qualquer de sorte nas redes - coisa rara mas q acontece :D
ResponderEliminarObrigada, Zé Vicente! Beijo grande e abracinho.
E tenho (bem)dito.
Minha QUERIDA,
ResponderEliminarFaco minhas as PALAVRAS CERTAS do Jose' Vicente,que ele se nao aborreca comigo pelo meu "desplante"!
Eu queria acrescentar algumas de minha autoria mas todas me parecem tao aquem do que TODA A TUA POESIA OU PROSA MERECE! Minha IRMA eu vou dancando pelo verso abaixo, faco paragens quando outra estrofe nasce. Deslizam por mim algumas lagrimas tristes e tambem se abrem alguns sorrisos quando o Sol penetra por entre um VERSO E OUTRO!Finalizo os passos incertos da minha danca quando corre o pano e so' fica por companhia a melancolia!
MINHA QUERIDA, PORQUE NAO SE ACENDEM TODAS AS LUZES DO UNIVERSO PARA QUE TODOS VEJAM BEM QUE ES POETA/POESIA E MUSA A UM TEMPO!E, queria ter poderes para levar o TEU CANTO***** A HUMANIDADE E FAZE-LO PERDURAR POR TODA A ETERNIDADE!
EU TE ADORO! :) <3 <3
Mana.
Mana querida, desculpa, que nunca dou com os comentários senão quando, em conversa, me avisam.
ResponderEliminarTambém te adoro, minha querida. Beijo grande, obrigada por esses olhos bonitos que vêem coisas fantásticas em mim que estou longe de merecer.
Love u sweetie <3 <3 <3