
No Princípio, o Verbo
" No princípio era o Verbo e o
Verbo estava com Deus e o Verbo
era Deus.
(…) N’Ele estava a vida e a vida era
a luz dos homens. A luz brilha nas
trevas e as trevas não a receberam.
(…) O Verbo era a luz verdadeira,
que, vindo ao mundo, ilumina todo
o homem. (...)"
(João 1:1-3)
[No (meu) Princípio era (outro) o Verbo...]
Cada vez mais me custa pronunciar a palavra "hoje": começo a
mastigá-la e a degluti-la diariamente, sem sabores de surpresa.
Perdeu força de variante. Supõe-se, por natureza, como
autónoma de ontem, véspera aliciante do insondável amanhâ,
que insistimos em prenunciar como isso mesmo, a visita de um
bocado aproximado do futuro.
Mas hoje, este meu interminável hoje de quase três anos, tem
apenas mais tempo andado, carrega a continuidade estática
desse "hoje" que já foi ontem, e que o fora ainda antes.
E no entanto, não há como combater a imobilidade que não
nos pertence, que existe ao nosso lado e determina o nosso
ritmo, mas não é ou foi alguma vez nossa, porque também
nossa não é a escolha. Decidimos sim, tratamos as premissas
como opções mas optar nunca foi uma possibilidade efectiva.
Entre o amor pelo outro - que nos conduz à decisão em prol de
alguém, a ignorar a pequenez dos egoísmos de estimação e a
tentarmos apenas sentir, na pele do outro que já não domina o
presente das horas, que num lapso ínfimo do tempo perdeu
para a doença o verbo "escolher" em batalha desigual e previa-
mente decidida, que nos torna, enfim, conscientes de que existe
um conceito de "livre-arbítrio" para exercer interiormente no
melhor de nós mesmos - e o amor que nos sentimos, optar por
nós assume o contorno da aridez, de alma posta em deserto.
Mas esta contabilidade de custos comporta o negativo do
resultado -- o lado não visível -- radiografado e devastador.
Seguimos o coração, sim, mas o peso da circunstância racional,
sem desvios ou possibilidade de recuo (que para sempre nos
roubariam a inocência), torna-se dolorosamente paralisante,
muito além de todos os cenários equacionados. Aniquila-nos no
tempo, formata-nos o segundo, retirando progressão ao
caminho e validação ao imaginário.
A perspectiva de um futuro a acolher - e naturalmente viver -
perdeu-se, a termo incerto. Não há como contornar a realidade
que, sendo-o a toda a extensão da sua inesgotável criatividade,
nos transcende e se posiciona para além da vontade - essa,
que sobranceiramente pensámos um dia como o motor de todas
as coisas. Percebemos, na pior das demonstrações, que não é.
E daí, quem sabe, acabe por sê-lo, ainda que num outro plano
encoberto. O que, todavia, de importante retenho para mim é
que nem sempre a nossa vontade nos conduz à conquista do
visivelmente melhor para nós.
De facto, não. Por vezes, o Amor, a gratidão de homenagem
que sentimos dever a outrém, por tanto arco-íris da vida
perdido a nosso favor, conduz-nos por insuspeitas vias outras,
que não poderíamos sequer antecipar.
E o coração? O coração vence, no inventário das razões. Porque
Amar é também ganhar quando todos os indicadores parecem
exibir a derrota de nós próprios. Suceder, por uma causa além
de nós. Mas que é também nossa, afinal, e não tão remota-
mente quanto se nos assemelharia antes do confronto.
O castro fortificado que é a consciência não guarda apenas
a norma. Existe nela um passo de transposição que nos torna
ora no melhor que podemos buscar em nós, ou em simples
máquina de avançar. E aqui, sem réstea de dúvida, a escolha
é nossa.
Escolhi o Amor.
Perdi o tempo renovado. Mas neste estático rumo de mim, no
aparente vazio de amanhãs por cumprir que é presença cada
vez mais velha nos meus dias, descubro-me na vontade férrea
e inamovível: a minha. Aquela que abre a porta, a deixar passar
esse Amor que me gravou a fogo na memória a palavra mais
plena de Tempo que o conhecimento me vai desvendando.
A palavra Universal em nós, que não valida o sinónimo.
A raiz, o espaço primeiro, o princípio abraçado.
A circunstância de Sermos. O verbo e a nota, a pausa, o Globo.
O princípio de todos os Mundos, contido, explicado e possibili-
tado somente nesse compasso que nos bate no indescritível
conforto da alma.
Que é alvorada e poente de nós, nessa unidade que somos no
abismo e no salto, na verdade sem complexos.
O canto da palavra que acaricia e que dói, que nos para o
tempo no dia de ser já só epitáfio, mas lembra de nós e para
nós eternidades de paraíso.
A música, irrepetível, da enorme palavra Mãe.
Ana Vassalo
28-08-2010 - 22:05
Origem das Imagens: site "Bits n Bytes of Life.Wordpress, by Arpit".
MINHA AMADA IRMA*!_INICIO A LEITURA DO TEU *PROSEMA****** COM UM NO' NA GARGANTA E UM APERTO NO PEITO E FINALIZO EM SOLUCO DOLORIDO!
ResponderEliminarE...COMO E' BELA ESTA TUA COLECTANEA DE SENTIMENTOS (PLANTACAO DE VERSOS!)!
DESTACO_DO TODO ABSOLUTAMENTE DESTACAVEL_:
"Mas hoje, este meu interminável hoje de quase três anos, tem
apenas mais tempo andado, carrega a continuidade estática
desse "hoje" que já foi ontem, e que o fora ainda antes."
***************SINTO-TE EM ANGUSTIA E QUERIA TIRAR-TA!!!!!!!!!
QUERO-TE TANTO BEM MINHA QUERIDA!
**********************************
A PINTURA ESCOLHIDA E' MARAVILHOSA E DENOTA A TUA IMENSISSIMA SENSIBILIDADE E GOSTO REFINADO!
A CITACAO BIBLICA E' PERTINENTE!
ABRACO-TE EM TERNURA, ANA**********!!!!!!
*****************************************
"[No (meu) Princípio era (outro) o Verbo...]
ResponderEliminarCada vez mais me custa pronunciar a palavra "hoje": começo a
mastigá-la e a degluti-la diariamente, sem sabores de surpresa.
Perdeu força de variante. Supõe-se, por natureza, como
autónoma de ontem, véspera aliciante do insondável amanhâ,
que insistimos em prenunciar como isso mesmo, a visita de um
bocado aproximado do futuro.
Mas hoje, este meu interminável hoje de quase três anos, tem
apenas mais tempo andado, carrega a continuidade estática
desse "hoje" que já foi ontem, e que o fora ainda antes.
E no entanto, não há como combater a imobilidade que não
nos pertence, que existe ao nosso lado e determina o nosso
ritmo, mas não é ou foi alguma vez nossa, porque também
nossa não é a escolha. Decidimos sim, tratamos as premissas
como opções mas optar nunca foi uma possibilidade efectiva.
Entre o amor pelo outro - que nos conduz à decisão em prol de
alguém, a ignorar a pequenez dos egoísmos de estimação e a
tentarmos apenas sentir, na pele do outro que já não domina o
presente das horas, que num lapso ínfimo do tempo perdeu
para a doença o verbo "escolher" em batalha desigual e previa-
mente decidida, que nos torna, enfim, conscientes de que existe
um conceito de "livre-arbítrio" para exercer interiormente no
melhor de nós mesmos - e o amor que nos sentimos, optar por
nós assume o contorno da aridez, de alma posta em deserto.
Mas esta contabilidade de custos comporta o negativo do
resultado -- o lado não visível -- radiografado e devastador.
Seguimos o coração, sim, mas o peso da circunstância racional,
sem desvios ou possibilidade de recuo (que para sempre nos
roubariam a inocência), torna-se dolorosamente paralisante,
muito além de todos os cenários equacionados. Aniquila-nos no
tempo, formata-nos o segundo, retirando progressão ao
caminho e validação ao imaginário.
A perspectiva de um futuro a acolher - e naturalmente viver -
perdeu-se, a termo incerto. Não há como contornar a realidade
que, sendo-o a toda a extensão da sua inesgotável criatividade,
nos transcende e se posiciona para além da vontade - essa,
que sobranceiramente pensámos um dia como o motor de todas
as coisas. Percebemos, na pior das demonstrações, que não é.
E daí, quem sabe, acabe por sê-lo, ainda que num outro plano
encoberto. O que, todavia, de importante retenho para mim é
que nem sempre a nossa vontade nos conduz à conquista do
visivelmente melhor para nós.
De facto, não. Por vezes, o Amor, a gratidão de homenagem
que sentimos dever a outrém, por tanto arco-íris da vida
perdido a nosso favor, conduz-nos por insuspeitas vias outras,
que não poderíamos sequer antecipar.
E o coração? O coração vence, no inventário das razões. Porque
Amar é também ganhar quando todos os indicadores parecem
exibir a derrota de nós próprios. Suceder, por uma causa além
de nós. Mas que é também nossa, afinal, e não tão remota-
mente quanto se nos assemelharia antes do confronto.
O castro fortificado que é a consciência não guarda apenas
a norma. Existe nela um passo de transposição que nos torna
ora no melhor que podemos buscar em nós, ou em simples
máquina de avançar. E aqui, sem réstea de dúvida, a escolha
é nossa.
Escolhi o Amor."
*********************
*************************
*******************************NAO HA' COMO FAZER CESSAR AS LAGRIMAS QUE FEREM OS OLHOS, DE SALGADAS!_NAO HA' COMO PARA'-LAS, NEM QUERO! ELAS BROTAM, CALADAS,ARDENTES, DE MEU AMAGO!
_QUERO ESTAR CONTIGO, MEsMo ESTANDO TAO DISTANTE EM MATERIA_!
ABRACO-TE EM VERDADEIRO AMOR, MINHA IRMA!
_PERDOA-ME!!!
*************
"[No (meu) Princípio era (outro) o Verbo...]
ResponderEliminarCada vez mais me custa pronunciar a palavra "hoje": começo a
mastigá-la e a degluti-la diariamente, sem sabores de surpresa.
Perdeu força de variante. Supõe-se, por natureza, como
autónoma de ontem, véspera aliciante do insondável amanhâ,
que insistimos em prenunciar como isso mesmo, a visita de um
bocado aproximado do futuro.
Mas hoje, este meu interminável hoje de quase três anos, tem
apenas mais tempo andado, carrega a continuidade estática
desse "hoje" que já foi ontem, e que o fora ainda antes.
E no entanto, não há como combater a imobilidade que não
nos pertence, que existe ao nosso lado e determina o nosso
ritmo, mas não é ou foi alguma vez nossa, porque também
nossa não é a escolha. Decidimos sim, tratamos as premissas
como opções mas optar nunca foi uma possibilidade efectiva.
Entre o amor pelo outro - que nos conduz à decisão em prol de
alguém, a ignorar a pequenez dos egoísmos de estimação e a
tentarmos apenas sentir, na pele do outro que já não domina o
presente das horas, que num lapso ínfimo do tempo perdeu
para a doença o verbo "escolher" em batalha desigual e previa-
mente decidida, que nos torna, enfim, conscientes de que existe
um conceito de "livre-arbítrio" para exercer interiormente no
melhor de nós mesmos - e o amor que nos sentimos, optar por
nós assume o contorno da aridez, de alma posta em deserto.
Mas esta contabilidade de custos comporta o negativo do
resultado -- o lado não visível -- radiografado e devastador.
Seguimos o coração, sim, mas o peso da circunstância racional,
sem desvios ou possibilidade de recuo (que para sempre nos
roubariam a inocência), torna-se dolorosamente paralisante,
muito além de todos os cenários equacionados. Aniquila-nos no
tempo, formata-nos o segundo, retirando progressão ao
caminho e validação ao imaginário.
A perspectiva de um futuro a acolher - e naturalmente viver -
perdeu-se, a termo incerto. Não há como contornar a realidade
que, sendo-o a toda a extensão da sua inesgotável criatividade,
nos transcende e se posiciona para além da vontade - essa,
que sobranceiramente pensámos um dia como o motor de todas
as coisas. Percebemos, na pior das demonstrações, que não é.
E daí, quem sabe, acabe por sê-lo, ainda que num outro plano
encoberto. O que, todavia, de importante retenho para mim é
que nem sempre a nossa vontade nos conduz à conquista do
visivelmente melhor para nós.
De facto, não. Por vezes, o Amor, a gratidão de homenagem
que sentimos dever a outrém, por tanto arco-íris da vida
perdido a nosso favor, conduz-nos por insuspeitas vias outras,
que não poderíamos sequer antecipar.
E o coração? O coração vence, no inventário das razões. Porque
Amar é também ganhar quando todos os indicadores parecem
exibir a derrota de nós próprios. Suceder, por uma causa além
de nós. Mas que é também nossa, afinal, e não tão remota-
mente quanto se nos assemelharia antes do confronto.
O castro fortificado que é a consciência não guarda apenas
a norma. Existe nela um passo de transposição que nos torna
ora no melhor que podemos buscar em nós, ou em simples
máquina de avançar. E aqui, sem réstea de dúvida, a escolha
é nossa.
Escolhi o Amor."
*********************
*************************
*******************************NAO HA' COMO FAZER CESSAR AS LAGRIMAS QUE FEREM OS OLHOS, DE SALGADAS!_NAO HA' COMO PARA'-LAS, NEM QUERO! ELAS BROTAM, CALADAS,ARDENTES, DE MEU AMAGO!
_QUERO ESTAR CONTIGO, MEsMo ESTANDO TAO DISTANTE EM MATERIA_!
ABRACO-TE EM VERDADEIRO AMOR, MINHA IRMA!
_PERDOA-ME!!!
*************
"[No (meu) Princípio era (outro) o Verbo...]
ResponderEliminarCada vez mais me custa pronunciar a palavra "hoje": começo a
mastigá-la e a degluti-la diariamente, sem sabores de surpresa.
Perdeu força de variante. Supõe-se, por natureza, como
autónoma de ontem, véspera aliciante do insondável amanhâ,
que insistimos em prenunciar como isso mesmo, a visita de um
bocado aproximado do futuro.
Mas hoje, este meu interminável hoje de quase três anos, tem
apenas mais tempo andado, carrega a continuidade estática
desse "hoje" que já foi ontem, e que o fora ainda antes.
E no entanto, não há como combater a imobilidade que não
nos pertence, que existe ao nosso lado e determina o nosso
ritmo, mas não é ou foi alguma vez nossa, porque também
nossa não é a escolha. Decidimos sim, tratamos as premissas
como opções mas optar nunca foi uma possibilidade efectiva.
Entre o amor pelo outro - que nos conduz à decisão em prol de
alguém, a ignorar a pequenez dos egoísmos de estimação e a
tentarmos apenas sentir, na pele do outro que já não domina o
presente das horas, que num lapso ínfimo do tempo perdeu
para a doença o verbo "escolher" em batalha desigual e previa-
mente decidida, que nos torna, enfim, conscientes de que existe
um conceito de "livre-arbítrio" para exercer interiormente no
melhor de nós mesmos - e o amor que nos sentimos, optar por
nós assume o contorno da aridez, de alma posta em deserto.
Mas esta contabilidade de custos comporta o negativo do
resultado -- o lado não visível -- radiografado e devastador.
Seguimos o coração, sim, mas o peso da circunstância racional,
sem desvios ou possibilidade de recuo (que para sempre nos
roubariam a inocência), torna-se dolorosamente paralisante,
muito além de todos os cenários equacionados. Aniquila-nos no
tempo, formata-nos o segundo, retirando progressão ao
caminho e validação ao imaginário.
A perspectiva de um futuro a acolher - e naturalmente viver -
perdeu-se, a termo incerto. Não há como contornar a realidade
que, sendo-o a toda a extensão da sua inesgotável criatividade,
nos transcende e se posiciona para além da vontade - essa,
que sobranceiramente pensámos um dia como o motor de todas
as coisas. Percebemos, na pior das demonstrações, que não é.
E daí, quem sabe, acabe por sê-lo, ainda que num outro plano
encoberto. O que, todavia, de importante retenho para mim é
que nem sempre a nossa vontade nos conduz à conquista do
visivelmente melhor para nós.
De facto, não. Por vezes, o Amor, a gratidão de homenagem
que sentimos dever a outrém, por tanto arco-íris da vida
perdido a nosso favor, conduz-nos por insuspeitas vias outras,
que não poderíamos sequer antecipar.
E o coração? O coração vence, no inventário das razões. Porque
Amar é também ganhar quando todos os indicadores parecem
exibir a derrota de nós próprios. Suceder, por uma causa além
de nós. Mas que é também nossa, afinal, e não tão remota-
mente quanto se nos assemelharia antes do confronto.
O castro fortificado que é a consciência não guarda apenas
a norma. Existe nela um passo de transposição que nos torna
ora no melhor que podemos buscar em nós, ou em simples
máquina de avançar. E aqui, sem réstea de dúvida, a escolha
é nossa.
Escolhi o Amor."
*********************
*************************
*******************************NAO HA' COMO FAZER CESSAR AS LAGRIMAS QUE FEREM OS OLHOS, DE SALGADAS!_NAO HA' COMO PARA'-LAS, NEM QUERO! ELAS BROTAM, CALADAS,ARDENTES, DE MEU AMAGO!
_QUERO ESTAR CONTIGO, MEsMo ESTANDO TAO DISTANTE EM MATERIA_!
ABRACO-TE EM VERDADEIRO AMOR, MINHA IRMA!
_PERDOA-ME!!!
*************
Ai mana, mana. Minha querida, só hoje - vê bem - dei com estes comentários teus. Não sei de que tenho de te perdoar, enfim. Beijo grande, minha querida, abracinho terno. Love u sweetie.
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