Virtualmente incompetente!
Não sei porque me procuro nas esquinas, no revés de todas as rectas. Ou o que faço aqui, nesta suposta ronda de amigos, onde a matéria é incorpórea e os sentimentos nos chegam por éter. Seguramente terá muito q ver com aquele meu escuso lado aventureiro, uma sede antiga de conceber impossibilidades.
Tenho esta espécie de traço genético em mim, que larga o riso com gosto e navega na gargalhada de outros, que exibe a naturalidade de todas as estrelas alinhadas em céus nocturnos e se mexe com aparente descontracção nos corredores da sociabilidade.
Mentira, tudo isso. Não que a valide, há de facto um lado de mim que é exteriorizante e quer ver-se encontrado com outros exteriores diversos. Mas... seria necessário que todos os interlocutores fossem, também eles, algo de timidez escondida em extroversão, para que as sensibilidades se tornassem ajustáveis e comunicar constituísse, então, a grande festa alternativa para os sequestrados do lar. E eu?... Eu sou toda a palavra que urge por ser dita, mas sou também e talvez mais este silêncio dos que receiam a dor.
Bato à porta, peço licença de entrada neste mundo de intromissão, onde o meu temor de ser excesso em alguém - aquele ponto de saturação de todos os concentrados - acaba por me condicionar o prazer da aquisiçao.
Tenho o cuidado milenar dos penhascos a espreitar o abismo, naqueles exactos momentos em que de mim, incompreensivelmente, se esperam coragens de bodyjumping. Sou o exemplar às avessas do mundo em que se move.
E no entanto, lá estou. Antecipando a companhia da surpresa, essa incansável mensageira da novidade, de todos os não expectáveis aqui, dos surpreendíveis de lá.Entretém-me, este inventar-me a cada dia nos caminhos da história que é a minha, mas que igualmente me conduzem por outros, desejadamente profícuos e criativos.Porque eu não sou a realidade unívoca, desmontável em linha, classificável nas constantes da normalização. Eu, sou mais um de tantos mas diversos microuniversos de convicções suadas e de humanas contradições também, porque me movo nos terrenos da questão.
Porque é por aí mesmo que sempre quero caminhar, a descodificar mais troços de novo rumo. Nada é eternamente certo e reconhecível, assim tenho aprendido e nem sempre pelo método mais simples.
E é assim que sou feliz, exactamente por isso!
Depois, regressada de cogitações, lá dou por mim em meandros de procuras circulares: serão então as questões que, de tanto as perseguir, lavram em mim a incerteza de permanecer? De ansiar sempre mais pelo passo que vem depois?
Há lugares aonde sinto que pertenço. São poucos, mas estão por aí. Porquê, então, lamentar pelos outros onde não preconizo qualquer ideia de conforto?
Se eu visasse somente acomodar-me em qualquer e cada uma das aldeias concordantes, jamais avançaria desse seguro posto de controlo do futuro. Seria uma estaca inamovível no solo eleito das minhas vitórias. Provisórias, é certo, mas que no seu tempo de acção alargam o meu espaço de conhecido e o tornam sempre mais reconhecido.
Largo-me ao acaso, então, abandonando as zonas de conforto tão depressa as conquistei e espero – ou indago – por outras a desbravar na periferia do meu mundo conhecível.
Porque, para avançar na construção paciente da minha felicidade pessoal, eu tenho de arriscar, se pretendo conhecer. E conhecer é dar significância ao que antes nem sabia existir e no entanto completa e refaz a curiosidade de novas partidas, mesmo agora acabada de saciar.
E por tudo isto e o mais que fica por dizer, relativizo qualquer réstea de timidez ou dificuldade de interacção, que impositoriamente vivem comigo, até que o hábito por repetição acumulada suceda na empresa e acabe por me adaptar.
Preciso de conhecer mais, nas imediações possíveis do disponível para conhecimento, para poder o sorriso que quero na minha vida.
Ana VassaloTenho esta espécie de traço genético em mim, que larga o riso com gosto e navega na gargalhada de outros, que exibe a naturalidade de todas as estrelas alinhadas em céus nocturnos e se mexe com aparente descontracção nos corredores da sociabilidade.
Mentira, tudo isso. Não que a valide, há de facto um lado de mim que é exteriorizante e quer ver-se encontrado com outros exteriores diversos. Mas... seria necessário que todos os interlocutores fossem, também eles, algo de timidez escondida em extroversão, para que as sensibilidades se tornassem ajustáveis e comunicar constituísse, então, a grande festa alternativa para os sequestrados do lar. E eu?... Eu sou toda a palavra que urge por ser dita, mas sou também e talvez mais este silêncio dos que receiam a dor.
Bato à porta, peço licença de entrada neste mundo de intromissão, onde o meu temor de ser excesso em alguém - aquele ponto de saturação de todos os concentrados - acaba por me condicionar o prazer da aquisiçao.
Tenho o cuidado milenar dos penhascos a espreitar o abismo, naqueles exactos momentos em que de mim, incompreensivelmente, se esperam coragens de bodyjumping. Sou o exemplar às avessas do mundo em que se move.
E no entanto, lá estou. Antecipando a companhia da surpresa, essa incansável mensageira da novidade, de todos os não expectáveis aqui, dos surpreendíveis de lá.Entretém-me, este inventar-me a cada dia nos caminhos da história que é a minha, mas que igualmente me conduzem por outros, desejadamente profícuos e criativos.Porque eu não sou a realidade unívoca, desmontável em linha, classificável nas constantes da normalização. Eu, sou mais um de tantos mas diversos microuniversos de convicções suadas e de humanas contradições também, porque me movo nos terrenos da questão.
Porque é por aí mesmo que sempre quero caminhar, a descodificar mais troços de novo rumo. Nada é eternamente certo e reconhecível, assim tenho aprendido e nem sempre pelo método mais simples.
E é assim que sou feliz, exactamente por isso!
Depois, regressada de cogitações, lá dou por mim em meandros de procuras circulares: serão então as questões que, de tanto as perseguir, lavram em mim a incerteza de permanecer? De ansiar sempre mais pelo passo que vem depois?
Há lugares aonde sinto que pertenço. São poucos, mas estão por aí. Porquê, então, lamentar pelos outros onde não preconizo qualquer ideia de conforto?
Se eu visasse somente acomodar-me em qualquer e cada uma das aldeias concordantes, jamais avançaria desse seguro posto de controlo do futuro. Seria uma estaca inamovível no solo eleito das minhas vitórias. Provisórias, é certo, mas que no seu tempo de acção alargam o meu espaço de conhecido e o tornam sempre mais reconhecido.
Largo-me ao acaso, então, abandonando as zonas de conforto tão depressa as conquistei e espero – ou indago – por outras a desbravar na periferia do meu mundo conhecível.
Porque, para avançar na construção paciente da minha felicidade pessoal, eu tenho de arriscar, se pretendo conhecer. E conhecer é dar significância ao que antes nem sabia existir e no entanto completa e refaz a curiosidade de novas partidas, mesmo agora acabada de saciar.
E por tudo isto e o mais que fica por dizer, relativizo qualquer réstea de timidez ou dificuldade de interacção, que impositoriamente vivem comigo, até que o hábito por repetição acumulada suceda na empresa e acabe por me adaptar.
Preciso de conhecer mais, nas imediações possíveis do disponível para conhecimento, para poder o sorriso que quero na minha vida.
04-06-2010 – 02:56H
Origem da Imagem: site da Revista "Construir Nordeste".