The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster...
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster...
- Elizabeth Bishop
Porquê pressa, decisões, stress, para quê acção?
Relax! Afinal, tempo é o que não nos falta e até há quem arrisque provar que a morte chega só depois da notificação. Mentira, nós nem morremos nem nada.
E é por isso que podemos protelar. Amanhã será sempre o melhor dia, nas consecutivas extensões temporais que vamos acrescentando ao momento que já chegou.
Artisticamente, mascara-se o medo de muitas caras, que tem sempre muito tempo e pouca culpa na omissão, e sofre de mania de transferência para o incauto mais próximo. Inverte-se-lhe todos os valores que convêm à renomeação, chama-se-lhe coragem no livro dos assentos e respira-se, por fim, aliviado de poeira.
Caminhemos, pois, com muita calma.
Aguardemos a oportunidade que supomos cíclica e inesgotável só porque o tempo continua.
E se, inesperadamente, nos faltarem uns míseros segundos, há que resignar. As formulações espirituais e os arranques teóricos da positividade hão-de, garantidamente, compensar todas as perdas.
Só não vale é chorar no epitáfio dos adiados...
Do Tempo, sabemos-lhe o registo, por repetição. Por cada acerto nos relógios da convergência é garantido um recuo de conveniência, que não se anima de razões.
Foi solicitado, simplesmente comparece. Para nos atrasar de vida o que nos adianta de morte.
E deve estar certo - não que importe apurar.
Temos todo o tempo do mundo.
Ana Vassalo
Jun 1, 2016
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