The Flowers of the Abyss
by René Magritte
ah se alguém entendesse
a dor deste lugar sentado na espera
que te retém madrugada, ó mãe
se os meus olhos fossem no pranto
a força do Saber que tudo salvae o meu peito batesse ao som do teu
que ainda resiste os mares
a roubar farrapos crédulos de espuma
se a minha mão que te afaga
soubesse o princípio da cura
e os olhos, os olhos teus,
ó mãe,
voltassem para me acender as noites largas
que já nem sentem
amorfas de latejar dorde um dia que te prendeu
e atou um par de asas, imparáveis e brancas
que ousavam acreditar
em mundos quietos de acordar
futuros em marcha para o amorolhos vastos de sonhar
o puro universo dos pássaros
voando impossíveis do céu
ah se os dias não fossem apenas
este arrancar de forças para te olharassim presa em algemas na mente
tão longe e tão presente, tão forte
ó mãe de todas as conquistas
estás aí
resistes o tempo que ensina a ordeme a inevitabilidade da natureza
nada em ti pertence ao mundo
que abre portas na razão
os olhos ainda partem pelas auroras
mas o sorriso esqueceu
o movimento da boca
queres a vida que já não te assiste
e devia merecer-te a cada sopro
não faz mal
tudo o que não podes eu seitudo o que queres eu tento
e espero
nesta cansada noite de abismosque seja o meu coração o salto cego que te resgata
e a ternura que nele se aumenta a cada olhar-te
se faça o mundo que te faltou
te beije de vidas em movimento
e o meu abraço de mar e de riso e de
planícies sem fim
te seja sempre a memória, ó mãe,mãezinha, eterna Mãe maior...
enquanto o tempo Se esquece
enquanto o tempo Te esquece
(av)
06-Jun-2013
Perfeito! Um enorme talento, uma enorme alma, um imenso amor que nos aproxima de ti e nos faz querer SENTIR ainda mais, apoderar-nos de parte da tua dor e fazê-la nossa, aliviando o que sentes e vives. Beijinho, amiga!
ResponderEliminarObrigada, meu amigo querido. E desculpa, como te disse não tinha visto o comentário. Beijinho para ti :)
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