
"Walking in the Sand" by Jennifer Robbins-Mullin
(Gosto de pensar que há grande sabedoria nas formulações da monástica medieval:
o monge, asceta, privado de todo o supérfluo terreno, vive em total recolhimento,
em meditação e pobreza, buscando o sentido e a verdade da existência. "NASCER
É PARTIR, CAMINHAR É VIVER E MORRER É CHEGAR", assim medita e escreve,
nos "scriptoria" do mosteiro, então lugar exclusivo de produção e difusão da cultura.)
CAMINHAR...
Às vezes, só às vezes, por um breve segundo interrompido nas horas repetidas que
nos cercam, surpreendemo-nos pequenos, num despojo de fim de dia que reconhece
o sentido nas razões do caminhar. E a essência que era oculta perde a força de
segredo. E surge, brilho ante nós, cristal nu da eternidade, mesmo ali, desse longe
enfim chegado, a cada sopro de brisa, cada árvore milenar, de uma asa levantada ao
desbragado luar, a cada montanha altiva com picos feitos de céu, e o que mais nos
acompanha, passagem que somos, já breve...
Paramos então a pressa, na ânsia de receber o que antes nem nos tocou, e respiramos
completos a coragem de ser vida: na verdade já esquecida de um beijo que não tem
data, do passo a saber o ritmo que dança de fantasia, do sol tão bravo de si que nos
fustiga de luz e larga por fim a lágrima que chora um olhar feliz... na explosão de cor
em festa no jardim grato da infância - que já crescemos, sim, mas nunca partiu de vez
- do som heróico da banda na alegria da parada, as ameias defensivas a ruir na emoção,
ou gritos em gargalhada nessa praia tão antiga que dividimos pelos anos com amigos de
ombro eterno... da festa de verão tardio na terra a saber a pátria, da fartura quente e
doce em açúcar amarelo, do baile feliz de aldeia que à idade não contempla, do lapso de
idade na mente, assim tão lúcida, que rouba sem hesitar o possível que há no sonho...
do sino que bate o tempo pelo eco do silêncio, ou a ribeira em desassombro a correr
novas demandas ao murmúrio dos pinheiros, do livro em branco rescrito pela cor certa
da memória... E um calor de mãos unidas à beira-mar do amor!...
Às vezes, só às vezes, somos enormes de vida!... E percebemos, então, que o tempo
sabe de nós as respostas por viver.
Ana Vassalo
19-10-2010 -23:59
Origem das Imagens: site "Antithesis Common.com".
"Às vezes, só às vezes, somos enormes de vida!... E percebemos, então, que o tempo
ResponderEliminarsabe de nós as respostas por viver."
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EU E' QUE NAO SEI QUE PALAVRAS DIZER(ESCREVER),MANINHA QUERIDA!!!
_nAO SEI!
_LER SEI!_LER SEI! E...SENTIR TAMBEM!!!!!!
JINHOSSSSSSSS!!!!!
FELIZ PASCOA QUERIDA!!!!
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BEIJINHOS SEM CONTa!