Amália.
Hoje acordei com Ela.
E com O'Neill. Que não gostava de fado e - contam por aí - muito resistiu ao convite, cedendo apenas por Ela.
Fado é Amália, também para mim. Com mais duas ou três excepções, somente e quase todas recentes - onde o fake mais mediático não cabe, não.
E hoje o dia começa assim, sabe-se lá se triste se cheio.
Somos isto, talvez.
Ou sou isto, certamente.
Criança, sentada no chão frente ao televisor, como que em fascínio de hipnose, mergulhava num silêncio de prantos, ouvindo-a, a Ela, de um país bem longe saído de mim, que só partindo saberia do encontro.
Que pensava os mares dos muitos lugares da Terra, Gaivota sorvendo alturas de vento pela vida, a Saudade de acontecer no futuro, cais imenso de uma cidade em descoberta, onde voltar se fez destino.
Lisboa.
Do eterno retorno, a asa.
Ana Vassalo
Mai 18, 2015
GAIVOTA
Alexandre O´Neill
Se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma asa que não voa,
esmorece e cai no mar.
Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.
Se um português marinheiro,
dos sete mares andarilho,
fosse quem sabe o primeiro
a contar-me o que inventasse,
se um olhar de novo brilho
no meu olhar se enlaçasse.
Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.
Se ao dizer adeus à vida
as aves todas do céu,
me dessem na despedida
o teu olhar derradeiro,
esse olhar que era só teu,
amor que foste o primeiro.
Que perfeito coração
no meu peito morreria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde perfeito
bateu o meu coração.
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma asa que não voa,
esmorece e cai no mar.
Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.
Se um português marinheiro,
dos sete mares andarilho,
fosse quem sabe o primeiro
a contar-me o que inventasse,
se um olhar de novo brilho
no meu olhar se enlaçasse.
Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.
Se ao dizer adeus à vida
as aves todas do céu,
me dessem na despedida
o teu olhar derradeiro,
esse olhar que era só teu,
amor que foste o primeiro.
Que perfeito coração
no meu peito morreria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde perfeito
bateu o meu coração.
AMÁLIA RODRIGUES - GAIVOTA
YouTube - "rodvr"
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