Inconhecido
("Searching for Seashells")
Se estivesses aqui, não estarias mais do que agora.
Porque desvendarias a possibilidade.
Sonhos, são versos adiante na esfera do improvável.
(Quero somar para descontar) . O que faço de ti,
não sei. Não estás aqui. Mas a interrogação que insinua
ponto por ponto o perímetro dos meus passos informa
que é bom não estares. Não me interessa descobrir
que não subsistes, para lá da minha projecção de ti.
E as alamedas largas, gigantes de todo o mistério,
continuarão como as sei, plenas de salgueiros e de deuses,
talvez até de fontes, porque não?, de nascentes
que não descem para já, de florestas impenetráveis
de sempre até ser hoje, da (in)transcendência dos milagres.
De contradição e absurdo. De pontos de exclamação
clamando por admirar. Assim.
Então, poderei caminhar mais sonhos. E a circunstância
de não estares, enforma a viagem de lonjura – perfeição
de inquiridores...
Um dia, claro que vou parar. No parágrafo mais amorfo
e repetente, paradigma da inevitabilidade que as pontuações
de caminhar conhecem, eis a chegada.
Morrerei na curva de perguntar.
Até lá, tudo é chuva e arco-íris...
Ana Vassalo
27-07-2010 – 23:17
Origem das Imagens: Site Tampabay.com (Unknown Reader)