Vassili Kandinsky
Amigo…
É o passo entre a distância
E a ponte que se cria
É um sonhar de matrizes
Na forja da sincronia
Um semear dos encontros
Nas oficinas do adeus
Ser da terra o garimpeiro,
Dos mares fazer seu Deus!
É folha branca ansiando
Pelo toque da palavra
É ser galope e torrente
No caminhar que se trava!
E é desenhar orientes
Despojados da doutrina
E ser do outro a verdade
Quando a vontade termina...
É o beijo repetido
Que a face não experimentou
E um afagar sem aviso
Da alma que se aleijou
É fraga, é sé, capital
Nas avenidas do amor
Um caminhar a desoras
Nos desencontros da dor
Amigo é mais, universo
Nas conquistas do horizonte
É o mapear dos olhos
Em arco-íris dos montes
É pão, e é luz e remanso
Nos empurrões da jornada
Amigo é sala de espera
Na escuridão madrugada
É mão da carícia, encanto
No gargalhar das meninas
É um raiar de açucenas
Na vida que urdiu ruínas
Amigo vai, deixa a dor
Saudade a romper, depois
Cai o céu na despedida
E o que era um fez-se em dois
Desenha a flor do lilás
nas voltas que um dia tece
E tem o passo acertado
Pelo chão que o mundo aquece...
Um não-sei-quê de ternura
Que nos guarda do lamento,
Amigo…
É água fresca das fontes
A jorrar contentamentos!
Ana Vassalo
31-05-2009
Posted 01-06-2009
Origem das Imagens: Site Webshots.
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